Assisti um Globo Repórter sobre o parque da Serra da Capivara e da Serra das Confusões há algum tempo atrás e fiquei muito curiosa para conhecer, mas sabia as dificuldades que teria para conhecer sem dirigir.
Surgiu uma oportunidade de viajar agora no início de 2022 e minha irmã topou ir comigo.
Serra da Capivara
O parque da Serra da Capivara está a aproximadamente, 320km de Petrolina (Pernambuco) e 530km de Teresina (Piauí).
Voamos de São Paulo para Petrolina, alugamos um carro no aeroporto e seguimos para a cidade de São Raimundo Nonato, cidade base para visitação do Parque Nacional da Serra da Capivara.
Parte da estrada de Petrolina para São Raimundo Nonato é esburacada e tem uma grande quantidade de animais pelo caminho, então requer bastante atenção.
São Raimundo Nonato é uma cidade de 109 anos com cerca de 35mil habitantes, cuja economia é baseada na agricultura, pecuária e serviços.
O Parque Nacional da Serra da Capivara tem 135.000 hectares, foi fundado em 1979 e tem a maior concentração de sítios pré-históricos das Américas: cerca de 800 sítios arqueológicos catalogados com pinturas rupestres datadas de 6 a 8 mil anos e vestígios humanos de cerca de 90 mil anos!
No parque há o circuito da serra talhada, serra branca e serra vermelha.
Combinamos com o guia um roteiro que nos permitisse visitar os principais pontos nos 2 dias que tínhamos disponíveis, então conhecemos a fábrica de cerâmica e a serra talhada no primeiro dia (com foco em mirantes e muitas pinturas rupestres) e a serra branca, serra vermelha e sítio do João Pimenta no segundo dia (maior foco nas formações geográficas e cânions). Ficamos particularmente surpresas com o baixão das andorinhas, a quantidade de borboletas amarelas pelo caminho e a vista do sítio do João Pimenta.
Para visitação do parque é necessária a contratação de guia e recomendo que o contate com antecedência (diária em Jan/2022: R$ 200 ou R$ 450, caso precise que o guia use carro próprio).
Contratamos o Carlos Gadelha e recomendamos o trabalho dele: +55 89 8118-7665.
Sobre hospedagem, há poucas opções e nem todas aparecem nos sites/app, como é o caso do novo hotel Mega Express (+55 89 3582-1555 ou 98109-1555), que nem sabíamos da existência até chegarmos a cidade..rs Devido a disponibilidade, localização e avaliação, optamos pelo Real Hotel (+55 89 3582-1495/1661), é hotel antigo com instalações bem simples, alguns problemas estruturais, mas com boas refeições: café da manhã (buffet incluído na diária), almoço (buffet), jantar (a lá carte) e cerveja geladíssima!
Também há poucas opções de restaurantes na cidade: provamos e gostamos da pizza do Paulinho e não curtimos muito a churrascaria do Donizete (haviam cachorros dentro do restaurante e um deles estava doente e machucado). Por isso, fizemos algumas refeições no próprio hotel e gostamos bastante.
Pedra Furada |
Sítio do João Pimenta |
Escadinha básica de 60 metros para acesso a um dos mirantes da serra talhada |
Medo de altura e tremedeira..rs |
Desenhos rupestres de 6 a 8 mil anos |
Caminho para o Parque da Capivara |
Mirante da serra talhada |
Praga local: mocó |
Fábrica de cerâmica |
Caminho para o Parque Nacional da Serra da Capivara |
Desenhos rupestres no Boqueirão da Pedra furada |
Serra branca e um possível tatu (consegue ver?) |
Serra das Confusões
O parque da Serra das Confusões está a aproximadamente, 110km de São Raimundo Nonato e Caracol é a cidade base para conhecê-lo.
Caracol é uma cidade de 74 anos com cerca de 10mil habitantes e já foi parte de São Raimundo Nonato.
O Parque Nacional da Serra das Confusões tem 823.837 hectares (sexto maior parque do Brasil) e foi fundado em 1998 com o objetivo de preservar uma mostra da caatinga.
Apesar do tamanho, o parque foi pouco explorado e até o momento, é possível visitar 3 circuitos turísticos.
Como tínhamos apenas 1 dia para exploração, visitamos apenas 2 deles: cores da caatinga (mirante para parte da serra e do cânion), mirante Janela dos Sertões (outro mirante com vista para o outro lado da serra), olho d'agua e gruta do riacho do boi (gruta com 1,3km de profundidade e como estava chovendo, com um jardim natural ao final dela).
Para visitação do parque é necessária a contratação de guia e recomendo que o contate com antecedência (diária em Jan/2022: R$ 150 - necessidade de carro para visitação).
Contratamos o Jadiel Dias e recomendamos o trabalho dele +55 89 8105-4945.
Sobre hospedagem, há basicamente 2 opções: Pousada Recreio (+55 86 8114-5835) e Pousada Caracol (+55 86 3589-1251 ou 98133-1944) e a reserva é feita diretamente com a pousada através de telefone.
Devido a recomendação do guia, nos hospedamos na pousada Recreio (uma pousada bem simples com café da manhã típico incluído: cuscuz, carne de sol frita, ovo frito, pão, café e leite). Os donos da pousada também são donos do bar e da farmácia, que ficam na frente da praça da cidade.
Não encontramos opções de restaurantes na cidade ou próximo do parque: as pessoas costumam comer os espetinhos com arroz, vinagrete e farofa vendidos no bar na frente da praça. Por isso é bom levar uns petiscos/frutas para comer nos passeios.
Olho d'agua |
Cores da caatinga |
Cores da caatinga |
Mirante janelas do sertões |
Gruta Riacho do Boi |
Gruta Riacho do Boi |
Gruta Riacho do Boi |
Cânions do Viana:
Os cânions do Viana estão a 340km de São Raimundo Nonato (pela cidade de Bom Jesus) ou 170km de Caracol (mas nesse caso, boa parte do caminho é em estrada de terra bem fechada e o percurso dura cerca de 3 horas) com acesso através de carros 4x4 e contratação de guia.
Contratamos o mesmo guia que nos acompanhou na Serra das Confusões, Jadiel Dias e ele nos ajudou na contratação do motorista e carro 4x4 para o percurso.
Não há opção de restaurantes no caminho (há a opção de encomendar uma galinhada com os moradores locais que ficam próximos do cânion, mas deve ser combinado com o guia com antecedência).
Cânions do Viana |
Cânions do Viana |
Cânions do Viana |
Cânions do Viana |
Casa de uma moradora local no caminho de Caracol para o Cânion |
Animais no caminho |
Praça e igreja na cidade de Caracol |
Comércio na cidade de Caracol |
Os meses terminados em BRO (ou Berrío..rs) são mais quentes no sertão do Piauí |
Niède Guidon
Arqueóloga franco-brasileira, nascida em São Paulo, soube sobre os desenhos rupestres no Piauí durante uma palestra em que falava a cerca dos desenhos rupestres de Minas Gerais nos anos 60, porém, devido a ditadura militar, só pôde visitar a região nos anos 70.
Após apresentar as fotos dos achados para a missão franco-brasileira, conseguiu patrocínio francês para a equipe que a auxiliaria na exploração da região.
Na época, a região tinha muitos criadores de gado, fábrica de cal e caçadores e mesmo com ameaças de morte, ela lutou pela fundação e preservação do parque, criação do museu do homem americano, museu da natureza, fábrica de cerâmica, hotel, aeroporto...
Vale a pena conhecer mais sobre sua história!!