Qué tan lejos: Argentina

Em clima de cidade grande eu fui parar em Buenos Aires.

Na primeira vez que fui passei 8 dias por lá. Tinham tantas coisas para fazer que se eu dormi 4h por noite foi muito.

3h depois de chegar no hostel Puerto Limón eu já fui parar numa balada latina chamada Moliere. Ela fica na rua Chile*, começa por volta da 1h e termina umas 7h da manhã. Adorei! Tinham muito latinos que moravam em Buenos Aires (principalmente, colombianos), toda hora alguém chamava pra dançar e as músicas eram divertidíssimas (principalmente pra nós que reconhecemos algumas versões de músicas sertanejas). Ok, isso foi há quase 6 anos atrás, não sei como está esse bar hoje, mas certamente você encontrará diversas opções na cidade.

Nessa mesma noite eu conheci uma argentina e uma americana que tinham chegado no mesmo dia e nós marcamos de conhecer a cidade logo após o café da manhã.

E lá fomos nós para o arborizado bairro do Palermo - um bairro mais rico que nos lembra um pouco o bairro dos jardins em São Paulo. A argentina morava em Mendoza**, mas conhecia bem a cidade e nos guiou por lá. A americana estava bem interessada em fazer compras, porque a diferença do dólar para o peso era absurda. Andamos horrores, comprei algumas coisas, bebemos um pouco num barzinho da região e a noite fomos jantar num resto-bar na praça San Telmo que tinha banda ao vivo (muitos bares ao redor dessa praça também tem e cada um com um estilo).

Manhã seguinte, dia de Recoleta. Vimos o belo prédio da Universidade, fomos na Praça das Nações Unidas (parque da flor de aço), na feirinha, no Malba (Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires), andamos, comemos e andamos mais um pouco.. jantamos em Puerto Madero, fomos para o Asia Club e quando chegamos no hostel nos deparamos com mais festa.

No dia seguinte mais andanças pelo Centro: Plaza de Mayo, Casa Rosada, Cabildo, Catedral.. e a noite saí com uns brasileiros e um colombiano que estava no hostel para a Ciudad Cultural Konex onde às segundas rola a festa La Bomba del Tiempo - resumindo um grande galpão em que rolam apresentações de percussão.

Mais um dia de andanças, dessa vez no bairro La Boca. Curtimos as galerias construídas com o material de containers, os artesanatos, as pinturas, as apresentações de dança e o estádio de La Bombonera.

Mais alguns dias de caminhada pelo centro, calle corrientes, calle Santa Fé, calle Florida, Galerias Pacífico, el Ateneo, passeio pela feirinha de San Telmo com música e muitas antiguidades, jardim japonês cheio de flores de cerejeiras, zôo Lujan (onde você poderá ver alguns animais soltos passando por você enquanto admira outros), os bares, os restaurante, os vinhos, os doces, os alfajores e os sorvetes me fizeram voltar mais 2x para essa cidade que dorme tanto quanto a cidade que eu adotei, São Paulo.

* mesma rua que hoje em dia é possível ver a escultura da Mafalda, bem próximo do antigo apartamento do Quino, seu criador.

Como a Argentina não se resume aos nossos metidos hermanos porteños, na segunda vez que passei por lá eu também conheci a cidade de Mendoza.

Outra cidade, outro ritmo, outra história.

Não começamos lá muito bem. Primeiro foram 11 horas de viagem de Buenos Aires pra lá. Chegamos no hostel da argentina que conheci na viagem anterior** e o hostel não estava lá essas coisas, mas a simpatia dela e do marido compensaram as faltas. Depois percebemos que a simpatia do casal não era exclusividade deles e nos encantamos pela cidade.

Fomos muito bem recebidos por todos os lugares que passamos. Andamos pelo charmoso centro da cidade: peatonal, praças, lojas, uma chocolateria com cheiro irresistível e gosto melhor ainda (feitos na hora com várias opções e sabores), comemos absurdamente bem no restaurante Estancia La Florencia (tanto que repetimos outras vezes), fizemos o tour pelas vinícolas e casa de licor com direito a degustações e explicações, fizemos rafting em San Rafael, visitamos o lindíssimo Cañion del Atuel e cruzamos a fronteira com o Chile vendo lindas piscinas naturais e precipícios passando pela janela.
Mendoza tem os mais variados atrativos tanto no inverno quanto no verão: termas, montanhas, cavalgadas, esportes radicais, vinícolas, parques, minas, museus, restaurantes e bares. Além da possibilidade de conhecer os vizinhos San Rafael, Cañion del Atuel, Aconcagua e a fronteira com o Chile, onde passará pelas lindas paisagens da Cordilheira dos Andes (recomendo a ida de ônibus pela manhã - em torno de 6h). Enfim, um lugar que eu preciso voltar..rsrs