Qué tan lejos: Nova Zelândia

Cenário de filmes como Nárnia e Senhor dos Anéis, essa pequena ilha do pacífico com apenas 4,5mi de habitantes dividida em ilha norte e ilha sul certamente agradará gregos e troianos.

Ilha norte

Um terço da população da Nova Zelândia vive em Auckland e foi lá que eu passei a maior parte da minha estadia, estudando inglês e viajando no tempo livre.

Auckland é uma cidade bem tranquila e tem uma mistureba de indianos, chineses, coreanos, japoneses, indianos e árabes. A maioria chega para estudar e acaba ficando (poucos são os kiwis que vemos por lá - apelido dos neozelandeses).

Sinceramente, é uma cidade até tranquila demais para um ser inquieto que já estava adaptado a São Paulo..rs Do tipo que todo mundo vai para o mesmo bar no mesmo dia, porque todos os outros estarão completamente vazios.

Pra se ter ideia, uma amiga esqueceu a carteira num bar e encontrou intacta, o responsável até pediu para ela conferir se estava tudo em ordem, antes ela já tinha perdido o material no Subway e também encontrou no mesmo lugar. O que é incrível!

Enfim, tentei espantar o excesso de sossego conhecendo as ilhas próximas, as vinícolas, o extremo norte e o centro norte e adorei. Os lugares que mais me cativaram na ilha norte foram:

- Waiheke: a ilha mais bonita nos arredores de Auckland, saem barcos diários e o percurso leva em torno de 40min. Obviamente muitas opções de praia, águas azuis, trilhas e vinhedos. Só passei o dia lá, mas deveria ter dormido para conhecer melhor;

- Coromandel: no extremo norte. Tem praias lindíssimas e foi cenário de Nárnia;

- Taupo: no centro norte foi o ponto de parada antes de seguirmos para Rotorua. Creio que um dos poucos ou único bungee jump que você cai na água (não tive coragem do mesmo jeito, mas era o mais aceitável..rsrs), além desse típico esporte radical você também pode se impressionar com a força da água no Huka Falls.

- Rotorua: visitamos uma vila Maori com direito a almoço cozido da maneira tradicional (forno na pedra aquecido pelas geotermais) e fomos no lindíssimo parque Waiotapu - ele é enorme, você pode escolher quais trilhas você deseja fazer de acordo com a distância, o tempo e as piscinas desejadas. A piscina mais famosa é a Champagne Pool, mas há diversas variedades de cores e encantos em cada parte da trilha.

- Tongariro: também fica no centro norte. O parque contém vulcões ativos, extintos e paisagens contrastantes (vimos mata, cachoeira, neve, piscina geotermal, restos de erupção...). A trilha pelo Tongariro leva cerca de 8 horas ao longo dos seus quase 20km, mas vale o cansaço, o tornozelo inchado e o medo do tempo virar no meio do caminho.

Ilha Sul

No período de recesso da escola, eu fui pra ilha sul e quanta diferença!

Primeiro chegamos em Christchurch e a cidade parecia de brinquedo, linda mesmo após o terremoto. Muitas construções de pedra, parques, praças...tudo muito bem cuidado. Tentei fazer o passeio de teleférico e de balão, mas os ventos não deixaram.

Depois seguimos para a península de Otago - Dunedin. Fizemos um passeio logo depois que chegamos e já foi uma prova de amor ou ódio. Paisagens lindas, lobos marinhos, pinguins, pássaros, milhares de ovelha, mas uma chuva e um frio absurdo. As expertas ainda não levaram capa de chuva, pegamos emprestado no hostel, mas não estávamos preparadas pra tudo aquilo em pleno dezembro (verão por lá também). Os outros 2 dias foram bem divertidos e nós finalmente perdoamos a péssima recepção.

O hostel nos deu um papel/guia do tipo "vire a direita e veja..., ande 200m e veja..." e seguindo essas instruções nós chegamos num:

- museu do corpo de bombeiros com direito a calendário dos bombeiros kiwis (por que eu não comprei???), tour guiado com um moço muito simpático e foto ridícula com o uniforme (estava cheirosinho, pelo menos);

- fábrica de chocolates (óbvio que me acabei);

- e prova de honestidade (veja nas fotos abaixo que há uma caixa de jornais aberta com uma caixinha lateral para que as pessoas pague pelo jornal retirado).

A noite fomos no Octagon square e ficamos pasmas com a quantidade de gente nos bares: saía uma turma chegava outra e não esvaziava e isso continuou das 14h até mais de 0h (sei isso porque passamos por volta das 12h e pensamos que o movimento fosse pelo almoço, voltamos por volta das 16h e ainda estava cheio, passamos o fim de tarde/noite lá e não esvaziou em nenhum momento).

Conhecemos também a universidade e outros prédios históricos.

Seguimos para Queenstown, a terra dos esportes radicais e nos sentimos no Brasil. Muitos brasileiros que trabalhavam e moravam lá.

Linda cidade (sei que estou muito repetitiva, mas não tenho como descrever a NZ de outra forma), mar azul rodeado por montanhas, diversas opções de passeios e esportes, muitos restaurantes, hosteis, pousadas... Bem turística.

Lá eu só me arrisquei no Shotover jet (uma espécie de lancha que cruza um Cañion em alta velocidade e muito próximo das pedras, em alguns momentos é quase possível tocar). Mais uma vez tentei o passeio de balão, mas estava indisponível pelo feriado, era época de natal.

Fizemos um passeios até os Fiordes e mais uma prova de amor ou ódio, chuva durante todo o passeio.

Viajamos até Franz Josef e o medo bateu. Como subir as geleiras em dia de chuva? na NZ nada é cancelado por conta da chuva. Mas graças, o tempo mudou e foi incrível andar pelas geleiras a la Perito Moreno.

Lá pegamos o Tranz-Alpine train em direção a Christchurch e tive que passar a maior parte do percurso no vagão aberto para me despedir dessa terrinha com mais belas paisagens e fotos para tentar registrar o máximo e tornar meu depoimento mais verossímil possível.