Qué tan lejos: Brasil

Aproveitando que as experiências ainda estão recentes, seguem as minhas impressões sobre o Ceará.

Me hospedei próximo da beira mar em Iracema acreditando ser mais fácil para locomoção, mas assim que cheguei no hostel já recebi uma série de recomendações de uma cearense que estava lá: nada de colares, cuidado com a carteira, não ande com o celular e evite a beira mar, pois há muitos assaltos a faca. Como boa medrosa que sou, essas informações me desanimaram um pouco, mas tudo correu bem.

No mesmo dia assistimos o show do Olodum no aterro, depois fomos num bar que tocaria de tudo, mas só rolou forró risca faca - Senhor bar.

No dia seguinte fomos ao restaurante Tempero do Mangue e me encantei com a lindíssima vista e a decoração do restaurante. A comida não é lá essas coisas (há um concorrente ao lado chamado Portal), mas rola pra tomar uma boa cerveja e conversar ao pôr do sol. Se não estiver de carro melhor combinar o horário da volta com o motorista, porque o restaurante fica numa região de dunas e mangue um pouco isolada (logo após a praia do futuro) e não há como pedir um táxi de lá.

De lá nós seguimos para a praia do Futuro (uns 10min de carro) e ficamos no quiosque Sunrise. Na praia do Futuro é recomendado ficar em quiosques, porque a região não ajuda muito e parece ser mais perigosa que Iracema. Não gostei muito de ficar no cercadinho, porque a ideia de praia pra mim está relacionada a longas caminhadas e não a djs e ostentação em camarotes dentro dos quiosques (sim, tinha uma área privativa com banheira dentro do quiosque - um pouco bizarro).

Uma atração que eu achei incrível em Fortaleza foi o Centro Cultural Dragão do Mar. São 3 salões de exposições, 2 salas de cinema, planetário, teatro, anfiteatro para shows e lanchonetes. Adorei!

Segui para Canoa Quebrada e aí está um arrependimento. O hostel Albergaria não tinha uma central de informações decente, perguntei como faria para ir pra Morro Branco, praia das Fontes e Canoa Quebrada, mas eles só ligavam pra agência e tentavam vender passeio cobrando o valor 2x, ao invés de orientar. Aprendi na marra que a melhor opção para fazer essa rota é por Fortaleza (o passeio fica em torno de R$55,00 - parece q tem um passeio de buggy num dos trechos que deve ser pago a parte e se quiser dormir em Canoa Quebrada, basta dispensar a volta e pegar um ônibus em direção a Fortaleza, porque quando se está em Canoa Quebrada você precisa ir pra Beberibe e de lá ir pra Morro Branco e fica mais fora de mão).

Em Canoa Quebrada você tem um leque de opções de passeios de buggy sendo que o valor para passeios individuais fica em torno de R$160,00 - depende da distância e quantas horas demanda o passeio, podendo ser dividido com outras pessoas. O valor fechado nos hotéis tem a comissão deles incluída, por isso é melhor acertar na associação de bugueiros que está localizada no final na rua principal - Broadway (recomendo também a hospedagem nessa rua, as outras ruas são escuras e tem absurdos de cachorros e gatos abandonados).

Eu fiz o passeio de buggy para tirolesa, lagoas e duna do pôr do sol que achei ok (você pode ir até a duna do pôr do sol andando) e o passeio de quadriciclo até a Ponta Grossa que eu achei imperdível! (falésias lindíssimas e muitas cores ao longo da orla até a divisa com o Rio Grande do Norte).

Conheci Mundaú, mas achei outra roubada de passeios das agências. Eles te levam para um hotel isolado pra te forçar a almoçar lá (uns R$70) e fechar o passeio até o rio e as lagoas com eles (uns R$50). Não vi as piscinas naturais que eles vendem (talvez por causa da maré) e a praia não tinha nada demais.

Já em Jericoacoara você pode diminuir o ritmo e curtir boas praias numa vilazinha charmosa, cheia de opções de restaurantes, bares, festas e música ao vivo na praia.

São longas 6 a 7h de viagem desde Fortaleza (recomendo ir pelas agências ao invés do ônibus rodoviário, porque eles buscam nos hotéis, cobram o mesmo valor e não ficam parando). A vila tem umas 3 ruas principais, mais iluminadas, mais barulhentas e com mais opções de comércio: a principal, a do forró e a da igreja (o mesmo vale pros becos que cruzam essas ruas). A rua São Francisco é um pouco mais tranquila e a rua das Dunas só tem hospedagens, super silenciosa e com pouquíssima iluminação, tudo depende do que você busca na viagem.

Entre as atrações estão as praias de Jericoacoara e do Preá, as dunas, a pedra furada (todo dia sai um grupo na frente do restaurante Dona Amélia ás 16h - gratuito), o kite surf, a cavalgada e as lagoas do Paraíso e de Tatajuba (confirmar como está essa lagoa, agora em fev/15 ela estava seca). Na época de alta temporada há luaus, shows na praia, nos bares e restaurantes, além do típico forró na Dona Amélia e dos sambas na Maloca.